Prosa, música e poesia na escola: dialogando com as diversidades e combatendo as desigualdades.
[...] a educação para os direitos humanos, na perspectiva da justiça, é exatamente aquela educação que desperta os dominados para a necessidade da “briga” da organização da mobilização critica, justa, democrática, séria, religiosa, disciplinada sem manipulações, com vistas à reinvenção do mundo, a reinvenção do poder.
(Freire/2011)
O tema da educação em direitos humanos é recente na história do Brasil. Surgiu com a democratização do país nos anos 80, com o objetivo de construir uma cultura de participação cidadã, por meio da qual a sociedade brasileira se reconheça como sujeito de direitos. Época em que a sociedade civil inquieta em busca de sua reorganização e dos movimentos sociais nela organizados. E neste contexto a educação reconstituiu como caminhos, como o da educação popular, atualiza suas temáticas incluindo a temática em direitos humanos.
Trazer a temática para discussão no interior da escola pressupõe uma reflexão para aquisição dos fundamentos da educação como direito e em direitos humanos na Educação Básica, compreendemos a educação como um direito social básico para a vida das pessoas e que ser humano está em permanente processo de construção/elaboração revisão dos conhecimentos, valores, atitudes e comportamentos, por isso são construídos nas relações estabelecidas e/a natureza e entre as pessoas nas diferentes instituições sociais. A escola tem um papel predominante nessa formação por trabalhar todos esses processos e que seu objeto de trabalho é a formação humana, vai além da apreensão de conteúdos cognitivos uma vez que envolve valores, comportamentos e atitudes. Um local especial principalmente para os mais economicamente desfavorecidos, a escola o principal ambiente de aprendizagem organizada e sistemática que possibilita a apreensão dos conhecimentos acumulados ao longo da história da humanidade.
É na escola que a criança inicia sua socialização além da família e aprende as regras de convivência, e para que a escola cumpra seu papel, os princípios e valores devem estar bem definidos no PPP com ações integradas ao currículo escolar e não ações fragmentadas ou projetos isolados.
A nossa proposta com esse projeto é que Semear a Sensibilidade da temática, e que eixos como, Direitos de ser pessoa, questão de gênero, direito à vida, direito à igualdade de oportunidades... etc, sejam temas recorrentes no planejamento da rotina da escola, Desenvolvendo a cultura do respeito às pessoas, independentemente de suas condições sociais, econômicas, culturais, e de qualquer opção religiosa, política e orientação sexual.
Como reflete Aida Monteiro: Essa construção é cotidiana... uma vez que a vivência de uma educação cidadã, deve tomar o cotidiano como referência para analisá-lo, compreendê-lo e modifica-lo. (Monteiro, p45).
Como está expresso no Plano Nacional de Direitos Humanos.
[...] A educação em Direitos Humanos estrutura-se na diversidade cultural e ambiental, garantindo-o a cidadania, o acesso ao ensino, permanência e conclusão a equidade (étnico – racial, religiosa, cultural, territorial, físico, individual, gerencial, de gênero, de orientação sexual, de opção política, de nacionalidade, dentre outras) e qualidade da educação. (PNEDH).
E com a compreensão, da importância da escola na formação cidadã dos alunos e que elencamos conteúdos associados ao desenvolvimento dos valores, comportamentos éticos na perspectiva de que o ser humano é sempre incompleto enquanto ser social e tem permanentemente necessidade de conhecer, construir e reconstruir regras de convivência em sociedade.
Vivenciar uma cidadania ativa, requer uma ruptura nas ideologias históricas dos longos períodos da Ditadura, que desestruturaram a organização política da sociedade, retardando a inserção de uma política pública para educação do País. Esse fato nos faz chegar ao século XXI com um grande déficit social na aquisição de uma educação inclusiva e de fato para todos, e principalmente a defasagem na qualidade da educação ofertada. Para fazermos uma educação em direitos humanos a Escola precisa garantir dignidade, igualdade de oportunidade, exercício de participação e da autonomia aos membros da comunidade Escolar. E não podendo ela jamais se limitar à contextualização e a explicação das variações sociais, econômicas, politicas, culturais que interferem e orientam os processos educativos. A educação em direito humano transgride a contextualização, embora esta seja imprescindível para a compreensão da sua construção. Educação nessa perspectiva é a apreensão dos conteúdos que se materializam: a história, os processos de evolução das conquistas e das violações dos direitos, as legislações, pactos e acordos que dão sustentabilidade e garantia aos direitos são conteúdos a serem trabalhados no currículo básico.
OBJETIVOS GERAIS
ü Destacar o papel estratégico da educação em Direitos Humanos para o fortalecimento do Estado Democrático de Direito e enfatizar o papel dos Direitos Humanos na construção de uma sociedade justa, equitativa e democrática.
ü Propor a transversalidade da educação em Direitos Humanos estimulando o desenvolvimento institucional das ações previstas no PNHD nos diversos setores da educação; culturas, segurança, justiça, esporte, lazer, equitativa e democrática e utilizar as diferentes áreas do conhecimento.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
ü Estabelecer objetivos, diretrizes e linha de ações para elaboração do projeto contemplando princípios e conceitos dos Direitos Humanos.
ü Orientar as politicas educacionais direcionadas para a construção efetiva com todos os sujeitos envolvidos para a aquisição de uma cultura de Direitos Humanos.
ü Compreender a transversalidade como importante instrumento para implementação da educação dos Direitos Humanos de forma efetiva no PP da Escola.
ü Destacar a importância da inclusão, no currículo escolar, das temáticas relativas a gênero, identidade de gênero, raça e etnia, religião, orientação sexual, pessoas com deficiências, entre outros, bem como todas as formas de discriminação e violações de direitos, assegurado a formação continuada para lidar criticamente com esses temas.
ESTRATÉGIAS E AÇÕES
ü Apoiar expressões culturais cidadãs presentes nas artes e nos esportes, originadas nas diversas formações étnicas de nossa sociedade.
ü Favorecer a valorização das expressões culturais regionais e locais pelos projetos pedagógicos das escolas.
ü Propor a edição de textos ou de referências comentadas, revistas, gibis, filmes e outros materiais multimídias em Direitos Humanos.
ü Incentivar estudos e pesquisas sobre violações dos Direitos Humanos e outros lemas relevantes para desenvolver a cultura, a paz e cidadania.
ü Propor ações fundamentais em princípio de convivência, para que se construa uma escola livre de preconceitos, violências, abuso sexual, intimidação e punição corporal incluindo procedimentos para resolução de conflitos e modos de lidar com a violência por meio de processos participativos e democráticos.
ü Contextualizar a musicalidade com a participação de cantores da escola e do município com o repertório de ZeDantas e raízes locais.
ü Explorar o conceito de cidadania, discutindo questões de respeito à diversidade, preconceito, direitos e inclusão.
ü Desenvolver atividades que promovam o debate, produção oral e escrita sobre os preconceitos ainda recorrentes na sociedade brasileira.
DISCIPLINAS A SEREM TRABALHADAS:
ü Artes
ü Língua Portuguesa
ü História
ü Geografia
ü Matemática
ü Ciências
METAS
ü Divulgar e apresentar o projeto cultural;
ü Pesquisar a biografia do compositor Zedantas e suas músicas;
ü Conhecer a história da capoeira e sua evolução;
ü Organizar apresentações poéticas e musicais;
ü Ler, interpretar e produzir poesias;
ü Recitar e declamar textos poéticos;
ü Organizar grupos de alunos para tocarem músicas;
ü Encenação de textos ou músicas que reflitam questão racial;
ü Roda de diálogo com a questão racial;
ü Visitas em comunidades quilombolas para conhecer a história, a cultura e o estilo de vida desses povos;
ü Montagem de painéis com fotos.
